Passei pelas letras escritas e vi o meu rosto refletido em palavras em negrito, que pulavam do papel e destacavam as marcar que o tempo deixara em meu rosto, não tinha percebido que o tempo tinha passado tão de pressa e o eu que conhecia, tinha ido embora, levando as palavras tranquilas.
Vi borrões que escondiam palavras, que a muito tempo as lágrimas me fizeram esquecer e continuando entre as frases amontoadas, vi o vazio deixado por sonhos que se apagaram deixando apenas o branco da realidade.
Os borrões continuaram se estendendo por longos sentenças, desenhando figuras disformes que em momentos eram belas e em outros, desfiguradas. Percebi que o que via, pois ler já esta impossível, se chamava passado.
Adiantando alguns parágrafos, percebi que as letras se apagavam ficando cada vez mais difícil de ler, até que o presente se mostrou em uma leve e fina folha em branco, que voou com o vento me deixando apenas com meu pobre coração de tinta.